É lamentável ver como o cidadão é mal informado e aceita como verdade o que lhe oferecem. Por que que antes de julgarem não procurem saber o verdadeiro motivo do processo no TRE e como foi a votação que em 1ª instância condenou a pena máxima os ex´governadores?
Já que a mídia não informou a verdade eu, humildemente, informarei a vcs: Este processo já havia sido aberto pelo TRE de Campos em 2008 onde o casal foi absolvido - o processo diz o seguinte: o radialista Garotinho em seu programa de rádio, em Campos, entrevistou três vezes a então pré-candidata a prefeita de Campos ( isso ocorreu três meses antes do período eleitoral)e por isso os condenaram.
Agora, sem mais nem menos, o TRE do Rio abriu o mesmo processo e indicou um relator para examinar as provas. Esse mesmo relator votou a favor do casal empatando em três a três o julgamento; então o Presidente com seu voto de minerva os condenou.
Ninguém mais do que o relator conhece o processo. Sabedor dos fatos, você ainda tem coragem de dizer que o Garotinho é ladrão?
A vida política e financeira deles foi totalmente vasculhada e nada acharam. Até seus bens que estavam bloqueados já foram liberados. Mas isso a mídia não fala. Você já se perguntou por quê?
Vocês sabiam que a esposa do Governador Sérgio Cabral , com seu escritório, advoga para o Metrô e para a Supervia, cujos contratos foram renovados até 2038 (Metrô) e 2028 (Supervia)?
Você sabia que o escritório do Secretário de Sergio Cabral, Fitner ,advoga para a Cia Estadual de Gás? E outras coisas mais que só ficamos sabendo porque lemos os jornais de São Paulo.
Você sabia que o Governador Sérgio Cabral determinou uma verba de 400 milhões para propaganda em todos os veículos de comunicação do Rio? Quem vai pagar a conta?
Vamos ler mais e abrir as nossas mentes para que não nos façam uma lavagem cerebral.
Contabilista, Professora e Pedagoga Mariza Nobre
quarta-feira, 2 de junho de 2010
As perseguições no Rio
JORNAL DO BRASIL
J´accuse, e as perseguições no Rio
Fernando Peregrino, Jornal do Brasil
RIO - No fim do século 19, em 1894, quase cem anos depois da Revolução Francesa, o capitão do Exército francês Alfred Dreyfus foi injustamente acusado e sumariamente condenado em processo rumoroso, que ficou conhecido na história das grandes injustiças praticadas por instituições do próprio Estado. Sua defesa, que terminou por absolvê-lo, ficou conhecida pelo célebre manifesto “J´accuse”, de Émile Zola.
Zola era um famoso escritor e ilustre republicano que, indignado, tomou a si a defesa do capitão contra as campanhas que lhe moviam a mídia e a cúpula de instituições públicas à época. O capitão Dreyfus havia sido vítima de uma conspiração do próprio Estado francês que forjou provas, acobertou os verdadeiros autores, induziu a mídia e os próprios tribunais a erros.
Emílio Zola defendeu o capitão injustiçado acusando frontalmente a todos que participaram da conspiração antirrepublicana. Sua carta J´accuse foi divulgada no jornal L´Aurore, de 13 de janeiro de 1898, e era endereçada a ninguém menos que o presidente da França, Félix Faure. Após desmontar uma a uma as acusações dos conspiradores, Zola escreve uma das mais belas e corajosas páginas em defesa de alguém que sequer conhecia pessoalmente:
“Senhor presidente, (...) acuso o tenente-coronel Du Paty por ter sido o artífice diabólico do erro judiciário. (...) acuso o general Mercier de ter se tornado cúmplice, pelo menos por fraqueza de espírito, de uma das maiores iniquidades deste século. (...) Acuso o general Pellieux e o comandante Ravary de terem feito um inquérito criminoso com monstruosa parcialidade... de ingênua audácia, (...) acuso o Ministério da Guerra de ter conduzido a imprensa a uma campanha abominável para desencaminhar a opinião pública e encobrir seu próprio erro... acuso, enfim o primeiro Conselho de Guerra de ter, a partir de ordens superiores, acobertado essa ilegalidade. (...) Ao fazer esta acusação, não ignoro que eu me submeto aos artigos 30 e 31 da lei da imprensa de 1881, que pune por delitos de difamação. E é voluntariamente que me exponho. Quanto às pessoas que acuso... são para mim entidades, espíritos de maledicência social. E o ato que realizo aqui não é senão um meio revolucionário de apressar a eclosão da verdade e da justiça. Minha questão é somente uma, a da luz, em nome da humanidade que tanto sofreu e que tem direito à felicidade. Meu protesto inflamado não é senão o grito da minha alma. Que ousem, portanto, levar-me ao tribunal, e que o inquérito se realize em plena luz! Eu aguardo. Queira aceitar, senhor presidente, a certeza do meu profundo respeito. Émile Zola” . (J´Accuse, a verdade em marcha, 2009).
Mais tarde, Alfred Dreyfus foi absolvido. A conspiração e os conspiradores foram descobertos. Ficou a lição da coragem de um homem que marcou a história. Qualquer semelhança com as injustiças e perseguições praticadas por instituições do estado do Rio de Janeiro deixo por conta da imaginação crítica do leitor. Os conspiradores vestirão a carapuça quando estiverem chegado aqui. As vítimas, mencionarei apenas três exemplos: os ex-governadores Brizola, Garotinho e Rosinha.
À França a história reservou a glória de ter sido precursora na luta pelo bem mais caro do homem: o direito sagrado de discordar. Ao Brasil de Tiradentes, e de outros heróis republicanos contemporâneos, o sacrifício em defesa das instituições democráticas, muitas delas infelizmente, conspurcadas por agentes políticos inescrupulosos.
Fernando Peregrino é mestre em engenharia de produção pela Coppe/UFRJ e presidente do Instituto Republicano.
J´accuse, e as perseguições no Rio
Fernando Peregrino, Jornal do Brasil
RIO - No fim do século 19, em 1894, quase cem anos depois da Revolução Francesa, o capitão do Exército francês Alfred Dreyfus foi injustamente acusado e sumariamente condenado em processo rumoroso, que ficou conhecido na história das grandes injustiças praticadas por instituições do próprio Estado. Sua defesa, que terminou por absolvê-lo, ficou conhecida pelo célebre manifesto “J´accuse”, de Émile Zola.
Zola era um famoso escritor e ilustre republicano que, indignado, tomou a si a defesa do capitão contra as campanhas que lhe moviam a mídia e a cúpula de instituições públicas à época. O capitão Dreyfus havia sido vítima de uma conspiração do próprio Estado francês que forjou provas, acobertou os verdadeiros autores, induziu a mídia e os próprios tribunais a erros.
Emílio Zola defendeu o capitão injustiçado acusando frontalmente a todos que participaram da conspiração antirrepublicana. Sua carta J´accuse foi divulgada no jornal L´Aurore, de 13 de janeiro de 1898, e era endereçada a ninguém menos que o presidente da França, Félix Faure. Após desmontar uma a uma as acusações dos conspiradores, Zola escreve uma das mais belas e corajosas páginas em defesa de alguém que sequer conhecia pessoalmente:
“Senhor presidente, (...) acuso o tenente-coronel Du Paty por ter sido o artífice diabólico do erro judiciário. (...) acuso o general Mercier de ter se tornado cúmplice, pelo menos por fraqueza de espírito, de uma das maiores iniquidades deste século. (...) Acuso o general Pellieux e o comandante Ravary de terem feito um inquérito criminoso com monstruosa parcialidade... de ingênua audácia, (...) acuso o Ministério da Guerra de ter conduzido a imprensa a uma campanha abominável para desencaminhar a opinião pública e encobrir seu próprio erro... acuso, enfim o primeiro Conselho de Guerra de ter, a partir de ordens superiores, acobertado essa ilegalidade. (...) Ao fazer esta acusação, não ignoro que eu me submeto aos artigos 30 e 31 da lei da imprensa de 1881, que pune por delitos de difamação. E é voluntariamente que me exponho. Quanto às pessoas que acuso... são para mim entidades, espíritos de maledicência social. E o ato que realizo aqui não é senão um meio revolucionário de apressar a eclosão da verdade e da justiça. Minha questão é somente uma, a da luz, em nome da humanidade que tanto sofreu e que tem direito à felicidade. Meu protesto inflamado não é senão o grito da minha alma. Que ousem, portanto, levar-me ao tribunal, e que o inquérito se realize em plena luz! Eu aguardo. Queira aceitar, senhor presidente, a certeza do meu profundo respeito. Émile Zola” . (J´Accuse, a verdade em marcha, 2009).
Mais tarde, Alfred Dreyfus foi absolvido. A conspiração e os conspiradores foram descobertos. Ficou a lição da coragem de um homem que marcou a história. Qualquer semelhança com as injustiças e perseguições praticadas por instituições do estado do Rio de Janeiro deixo por conta da imaginação crítica do leitor. Os conspiradores vestirão a carapuça quando estiverem chegado aqui. As vítimas, mencionarei apenas três exemplos: os ex-governadores Brizola, Garotinho e Rosinha.
À França a história reservou a glória de ter sido precursora na luta pelo bem mais caro do homem: o direito sagrado de discordar. Ao Brasil de Tiradentes, e de outros heróis republicanos contemporâneos, o sacrifício em defesa das instituições democráticas, muitas delas infelizmente, conspurcadas por agentes políticos inescrupulosos.
Fernando Peregrino é mestre em engenharia de produção pela Coppe/UFRJ e presidente do Instituto Republicano.
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