Amigos,
Quem escreveu foi o Elio Gaspari, no Jornal O Globo de Hoje, 06/01.
Não deixe de ler!!!...
Abraços,
Abaixo a íntegra do texto na Folha de S.Paulo e a reprodução do artigo em O Globo
ELIO GASPARI
O choque de ordem de Maria Moita
O RIO DE JANEIRO precisa de um choque de ordem. Em pouco mais de 24 horas o governador Sérgio Cabral passou do descaso à empulhação e assumiu uma postura de dragão de festa chinesa para rebater as críticas de que sumira diante das tragédias de Angra dos Reis e da Ilha Grande.
Cabral anunciara que passaria a última noite de 2009 em sua casa de Mangaratiba. Dispondo de acesso a uma marina, estava a 40 minutos da praia do Bananal ou da encosta da Carioca. Por terra, são 57 quilômetros, lembrou o repórter Ricardo Noblat, que passou o dia 1º procurando-o.
O tempo consumido por Cabral para chegar a Angra seria justificável se os desmoronamentos tivessem ocorrido em abril passado, quando estava de férias em Paris. Caso tivesse recebido a notícia no hotel (o George 5º, apreciado por Greta Garbo) no início da manhã, teria como pousar no Galeão no meio da madrugada seguinte, debaixo de aplausos.
Sempre que um governante entra atrasado na cronologia de uma catástrofe, procura oferecer uma explicação racional. George Bush está explicando até hoje por que acordou tarde no episódio do furacão Katrina, que devastou Nova Orleans em 2005. Cabral justificou-se com uma aula de ciência política autocongratulatória:
- Tenho discernimento e seriedade.. Em uma situação de crise, quem tem que estar no local são as autoridades que de fato podem assumir o comando do problema. Você jamais vai me ver fazendo demagogia. No momento de crise, estavam aqui os dois secretários da pasta. Qualquer exploração política a respeito chega a ser um deboche com a população. Isso é ridículo.
Ridículo é pagar impostos para ouvir coisas desse tipo. Se não havia o que fazer na região do desastre na quarta-feira, por que ele foi lá na quinta? Discernimento? Seriedade? Demagogia? Pode-se dizer o que se queira do marechal-presidente Castello Branco (1964-1967), menos que ele fosse bonito ou demagogo. Pois na enchente de 1966 ele foi à rua de Laranjeiras onde desabara um edifício.
Cabral saiu do ar na quarta-feira, dia 31. Às 15h daquele dia estavam confirmadas as mortes de 19 pessoas na Baixada Fluminense e em Jacarepaguá, com pelo menos 600 desabrigados. (No dia seguinte seriam 4.000.)
Admita-se que as visitas a locais de desastres (todas, inclusive as do papa) são gestos simbólicos, pois o que conta é a qualidade da gestão.
Nesse aspecto, a de Cabral é pré-diluviana. Em 2009 seu Orçamento tinha R$ 152,7 milhões alocados para obras de controle de inundações.
Numa conta, de seus técnicos, gastou 67% desse valor. Noutra conta, gastou nada..
Se não fez o que devia, o que não devia fez.. Em junho, o governador afrouxou as normas de proteção ambiental da região do litoral e das ilhas de Angra, beneficiando sobretudo o andar de cima e seu mercado imobiliário. O Ministério Público entrou na briga e o caso está na mesa do procurador-geral Roberto Gurgel.
O choque de ordem de marquetagem que Cabral, seu prefeito e sua polícia aplicam espetaculosamente no Rio de Janeiro vale de cima para baixo. Pega mijões, camelôs e barraqueiros. O alvo é sempre o "outro".
Um dia, virá o choque de Maria Moita, trazido por Vinicius de Moraes e Carlos Lyra:
"Pôr pra trabalhar
Gente que nunca trabalhou".
Texto enviado pelo amigo Carlos Carneiro
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
BENEDITA DA SILVA INTERNATIONAL FOUNDATION
BENEDITA DA SILVA INTERNATIONAL FOUNDATION
'Quando estou lá fora, não vou me preocupar com o Brasil '. Essa foi uma das respostas de Benedita da Silva ao jornalista Leandro Mazzini, em entrevista ao Jornal do Brasil, publicada em 26 de março de 2006. Benedita não ocupava, então, nenhum cargo público, após deixar o status ministerial na Secretaria Especial da Assistência e Promoção Social sob acusações de uso indevido de dinheiro público em viagens internacionais de cunho pessoal, e estava em disputa interna no PT do Rio de Janeiro com Saturnino Braga pela candidatura ao Senado Federal. No frigir dos ovos, nenhum dos dois ganhou o apoio do partido, que acabou fechando coligação com Jandira Feghali do PC do B e esta perdeu a eleição para Francisco Dornelles do PP'.
Apesar de não se preocupar com o Brasil quando está lá fora, a ex-ministra e atual Secretária Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Governo de Sérgio Cabral Filho, criou lá uma ONG com seu próprio nome: a 'Benedita da Silva International Foundation'. Assim como Narciso achava feio tudo que não era espelho, o nome de sua Fundação não poderia ser outro. A Organização tem registros estadual e federal e pode receber doações de unidades governamentais e do público em geral e todas são dedutíveis. É presidida, desde sua criação, por uma amiga de 'Bené', Wilma Leitão Krüger, que também preside o Comitê das Cidades Irmãs Atlanta-Rio de Janeiro e representa no Brasil a bem sucedida 8 Point Exports Inc. do Mias Group, relativa à área de mineração. A propósito, Wilma Krüger é pentecostal como Benedita e é irmã da jornalista e comentarista de economia Miriam Leitão.
Benedita da Silva International Foundation fica no nº 201 da Martin Luther King Jr. Street, na cidade de Atlanta, Estado da Georgia.
Prédio de três andares de propriedade da Coca-Cola Company. É lá que também encontramos a sede da multinacional de refrigerantes. Coincidência ou não, o espaço foi cedido à Fundação logo após a então governadora Benedita da Silva anistiar uma dívida de mais de R$ 460 milhões da Coca-Cola com o Tesouro do Estado do Rio de Janeiro.
Há que se observar que o decreto de anistia foi assinado por Benedita em 02 de abril de 2002, ou seja, dois dias após assumir o cargo devido à desincompatibilização de Anthony Garotinho, de quem era vice, para concorrer à Presidência da República. O 'perdão' de Benedita foi lavrado com base em pareceres elaborados na gestão do antecessor. No entanto, a Rio de Janeiro Refrescos, engarrafadora da Coca-Cola na cidade, perdeu a questão na Justiça e deveria pagar a conta. Indiferente a isso, Benedita da Silva anistiou a dívida milionária da empresa. 'Abrindo as asas da lembrança', como dizia um trecho do samba-enredo da Portela de 1985, se realizarmos uma breve viagem pelas folhas de calendários passados, podemos observar uma certa relação gasosa entre Benedita da Silva e a Coca-Cola, muito antes de coabitarem um mesmo prédio nos EUA. Em 07 de janeiro de 1998, a coluna Radar da revista Veja, então assinada por Ancelmo Gois, noticiou que 'a senadora Benedita da Silva estava animada e assistiu aos Jogos Olímpicos de Atlanta por conta da Coca-Cola'. Um ano antes, em 1997, precisamente no dia 15 de maio, a então senadora Benedita da Silva protocolou o Projeto de Lei do Senado de nº 00087/1997, que regulamentaria e daria nova redação ao Artigo 17 da Lei 4.657 de 04 de setembro de 1942 (Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro). Esse Artigo 17 delibera exatamente sobre os casos de não aplicação de leis, atos ou sentenças de outros países no Brasil.
O processo foi arquivado pela Secretaria Geral da Mesa, em 1999.
Não tenho nada contra o 'sonho americano' dos outros, mas alguém já ouviu falar em algum projeto realizado pela Benedita da Silva International Foundation? Além de eventos para arrecadar fundos, a própria Benedita afirmou na entrevista ao Jornal do Brasil que foi ao Canadá pedir apoio e que o Fundo Social Canadense tem muito dinheiro no Brasil. Será que a Fundação ainda não conseguiu nenhum trocado para realizar algum projeto? Aliás, será que o governador Sérgio Cabral Filho tem ciência da existência dessa ONG internacional de sua Secretária de Assistência Social e Direitos Humanos? Será que há 'conflitos de interesses' em toda essa história?
O Governo do Estado do Rio de Janeiro está se tornando uma célula da estrutura fisiológica do Governo Federal?
O governador Sérgio Cabral Filho corre o risco de estar chacoalhando uma garrafa de Coca-Cola quente. Finge que não vê o passado de Benedita, as constantes denúncias de irregularidades na Fundação da Infância e do Adolescente, o loteamento de cargos na SEASDH, a leniência em relação às ONG's e tantos outros fatos nebulosos nas cercanias da Secretária. Quando essa 'tampa' estourar, vai jorrar Coca-Cola para todos os lados. Resta-nos saber quem vai se sujar mais.
Professora, Pedagoda e Contabilista
mariza Nobre
'Quando estou lá fora, não vou me preocupar com o Brasil '. Essa foi uma das respostas de Benedita da Silva ao jornalista Leandro Mazzini, em entrevista ao Jornal do Brasil, publicada em 26 de março de 2006. Benedita não ocupava, então, nenhum cargo público, após deixar o status ministerial na Secretaria Especial da Assistência e Promoção Social sob acusações de uso indevido de dinheiro público em viagens internacionais de cunho pessoal, e estava em disputa interna no PT do Rio de Janeiro com Saturnino Braga pela candidatura ao Senado Federal. No frigir dos ovos, nenhum dos dois ganhou o apoio do partido, que acabou fechando coligação com Jandira Feghali do PC do B e esta perdeu a eleição para Francisco Dornelles do PP'.
Apesar de não se preocupar com o Brasil quando está lá fora, a ex-ministra e atual Secretária Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Governo de Sérgio Cabral Filho, criou lá uma ONG com seu próprio nome: a 'Benedita da Silva International Foundation'. Assim como Narciso achava feio tudo que não era espelho, o nome de sua Fundação não poderia ser outro. A Organização tem registros estadual e federal e pode receber doações de unidades governamentais e do público em geral e todas são dedutíveis. É presidida, desde sua criação, por uma amiga de 'Bené', Wilma Leitão Krüger, que também preside o Comitê das Cidades Irmãs Atlanta-Rio de Janeiro e representa no Brasil a bem sucedida 8 Point Exports Inc. do Mias Group, relativa à área de mineração. A propósito, Wilma Krüger é pentecostal como Benedita e é irmã da jornalista e comentarista de economia Miriam Leitão.
Benedita da Silva International Foundation fica no nº 201 da Martin Luther King Jr. Street, na cidade de Atlanta, Estado da Georgia.
Prédio de três andares de propriedade da Coca-Cola Company. É lá que também encontramos a sede da multinacional de refrigerantes. Coincidência ou não, o espaço foi cedido à Fundação logo após a então governadora Benedita da Silva anistiar uma dívida de mais de R$ 460 milhões da Coca-Cola com o Tesouro do Estado do Rio de Janeiro.
Há que se observar que o decreto de anistia foi assinado por Benedita em 02 de abril de 2002, ou seja, dois dias após assumir o cargo devido à desincompatibilização de Anthony Garotinho, de quem era vice, para concorrer à Presidência da República. O 'perdão' de Benedita foi lavrado com base em pareceres elaborados na gestão do antecessor. No entanto, a Rio de Janeiro Refrescos, engarrafadora da Coca-Cola na cidade, perdeu a questão na Justiça e deveria pagar a conta. Indiferente a isso, Benedita da Silva anistiou a dívida milionária da empresa. 'Abrindo as asas da lembrança', como dizia um trecho do samba-enredo da Portela de 1985, se realizarmos uma breve viagem pelas folhas de calendários passados, podemos observar uma certa relação gasosa entre Benedita da Silva e a Coca-Cola, muito antes de coabitarem um mesmo prédio nos EUA. Em 07 de janeiro de 1998, a coluna Radar da revista Veja, então assinada por Ancelmo Gois, noticiou que 'a senadora Benedita da Silva estava animada e assistiu aos Jogos Olímpicos de Atlanta por conta da Coca-Cola'. Um ano antes, em 1997, precisamente no dia 15 de maio, a então senadora Benedita da Silva protocolou o Projeto de Lei do Senado de nº 00087/1997, que regulamentaria e daria nova redação ao Artigo 17 da Lei 4.657 de 04 de setembro de 1942 (Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro). Esse Artigo 17 delibera exatamente sobre os casos de não aplicação de leis, atos ou sentenças de outros países no Brasil.
O processo foi arquivado pela Secretaria Geral da Mesa, em 1999.
Não tenho nada contra o 'sonho americano' dos outros, mas alguém já ouviu falar em algum projeto realizado pela Benedita da Silva International Foundation? Além de eventos para arrecadar fundos, a própria Benedita afirmou na entrevista ao Jornal do Brasil que foi ao Canadá pedir apoio e que o Fundo Social Canadense tem muito dinheiro no Brasil. Será que a Fundação ainda não conseguiu nenhum trocado para realizar algum projeto? Aliás, será que o governador Sérgio Cabral Filho tem ciência da existência dessa ONG internacional de sua Secretária de Assistência Social e Direitos Humanos? Será que há 'conflitos de interesses' em toda essa história?
O Governo do Estado do Rio de Janeiro está se tornando uma célula da estrutura fisiológica do Governo Federal?
O governador Sérgio Cabral Filho corre o risco de estar chacoalhando uma garrafa de Coca-Cola quente. Finge que não vê o passado de Benedita, as constantes denúncias de irregularidades na Fundação da Infância e do Adolescente, o loteamento de cargos na SEASDH, a leniência em relação às ONG's e tantos outros fatos nebulosos nas cercanias da Secretária. Quando essa 'tampa' estourar, vai jorrar Coca-Cola para todos os lados. Resta-nos saber quem vai se sujar mais.
Professora, Pedagoda e Contabilista
mariza Nobre
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